Alvim Bandeira da silva

Tomoe Gozen | A Lâmina que Escolheu a Vida

Tomoe Gozen | A Lâmina que Escolheu a Vida

Em 25 de outubro de 1184, nas planícies lamacentas de Awazu, na província de Omi, Japão, uma mulher samurai chamada Tomoe Gozen enfrentou o fim de uma era. Aos 30 anos, ela era uma onna-bugeisha, uma guerreira treinada nas artes da espada e do arco, servindo ao clã Minamoto durante as Guerras Genpei.
 
Conhecida por sua beleza e destreza mortal, Tomoe carregava o peso do Bushido — o código dos samurais que exigia lealdade, coragem e honra acima de tudo. Mas naquele dia, sua escolha desafiou a guerra e revelou um ensinamento que ecoa até nós:
 
A verdadeira força não está apenas em lutar, mas em saber quando parar.
 
Tomoe cavalgava ao lado de seu senhor, Minamoto no Yoshinaka, em uma batalha desesperada contra as forças do clã Taira. O exército Minamoto estava em frangalhos, dizimado por meses de combates implacáveis.
 
À medida que o sol se punha, tingindo o céu de vermelho-sangue, Yoshinaka ordenou um último ataque suicida contra um inimigo numericamente superior.
 
Tomoe, montada em seu cavalo negro, segurava firme sua naginata — uma lança de lâmina curva — enquanto os gritos dos moribundos ecoavam ao seu redor. Ela já havia decapitado sete guerreiros naquele dia, suas mãos firmes como ferro, sua mente afiada como a lâmina.
 
Mas então, no calor da batalha, algo mudou. Um jovem samurai Taira, ferido e desarmado, caiu diante dela, implorando por misericórdia. Seus olhos, cheios de medo e humanidade, cortaram através da armadura de Tomoe.
 
O Bushido exigia que ela o matasse — honra significava vitória, e piedade era fraqueza. Enquanto erguia a naginata, ela ouviu a voz de seu mestre de infância, um velho samurai que lhe ensinara:
 
“A verdadeira coragem não é tirar a vida, mas preservá-la quando o coração ainda pulsa.”
 
Era um eco do equilíbrio entre dever e compaixão, um pilar esquecido do código que a guerra havia distorcido.
Tomoe baixou a arma. Em vez de golpeá-lo, ela desmontou, cortou uma faixa de seu próprio obi (cinto) e amarrou o ferimento do jovem. “Viva,” disse ela, “e lembre-se de que a honra não está só na morte.”
 
Seus companheiros Minamoto, atônitos, a chamaram de traidora. Mas naquele instante, Tomoe viu além do campo de batalha: a guerra era um ciclo de sofrimento, e ela podia quebrá-lo.
 
Minutos depois, Yoshinaka foi atingido por uma flecha e caiu. Cercada por inimigos, Tomoe poderia ter lutado até o fim, como o Bushido glorificava. Em vez disso, ela escolheu fugir — não por covardia, mas por um propósito maior.
 
Galopando para longe de Awazu, ela sobreviveu à batalha que dizimou seu clã. Histórias dizem que ela viveu como monja budista após 1184, renunciando à espada e buscando paz nas montanhas de Echigo.
 
Sua última luta não foi com aço, mas com o próprio ego, um sacrifício que transformou sua lenda em algo mais profundo.
 
Para nós, Tomoe Gozen é um espelho da alma. Vivemos em um mundo de conflitos — internos e externos — onde buscamos vencer a qualquer custo, agarrando-nos a orgulho e poder.
 
Tomoe nos ensina que a honra verdadeira não é cega; ela vê a vida no outro, mesmo no inimigo.
 
Sua coragem foi soltar a lâmina, seu sacrifício foi escolher a compaixão sobre a glória. O Bushido que ela viveu não era só guerra, mas um código de equilíbrio: lutar quando necessário, mas viver para algo maior.
 
Que possamos, como ela, encontrar força para baixar nossas armas e construir em vez de destruir.
 
Fontes:
  1. Vida de Tomoe Gozen: “The Tale of the Heike” (Heike Monogatari), uma crônica épica do século XIII, descreve Tomoe como uma guerreira excepcional na Batalha de Awazu (25 de outubro de 1184), destacando sua habilidade e presença ao lado de Yoshinaka. Sua decisão de poupar um inimigo é uma interpretação baseada em sua humanidade implícita na narrativa.
  2. Contexto histórico: “A History of Japan to 1334” (George Sansom) detalha as Guerras Genpei e a Batalha de Awazu, confirmando a data e o colapso do clã Minamoto.
  3. Destino de Tomoe: Embora sua morte seja incerta, registros sugerem que ela sobreviveu e pode ter se tornado monja, conforme “Women Warriors of Japan” (Ellis Amdur). A localização em Echigo é uma possibilidade histórica plausível.

Autor : Alvim Bandeira da Silva 

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments
Dōgen | O Barco na Tempestade

Dōgen | O Barco na Tempestade

Em julho de 1223, um jovem monge japonês chamado Dōgen, então com 23 anos, embarcou em uma viagem perigosa rumo à China da dinastia Song. Ele partia do porto de Hakata, na ilha de Kyushu, em busca de algo que o Japão feudal, dilacerado por guerras e disputas entre clãs, não podia lhe oferecer: a verdadeira iluminação do Budismo Zen.
 
 
Dōgen, órfão desde os sete anos, carregava em seu coração uma pergunta que o consumia:
 
 
“Se todos possuem a natureza de Buda, por que ainda sofremos tanto?”
 
 
O que aconteceu naquela travessia, porém, não foi apenas uma jornada física, mas um evento real que ecoa até hoje, como uma lição de presença, humildade e harmonia com o caos.
 
 
O barco, um junco frágil de madeira, navegava pelo Mar do Leste da China quando foi engolido por uma tempestade feroz. As ondas, altas como montanhas, lançavam a embarcação de um lado para o outro, enquanto os marinheiros, em pânico, gritavam ordens e rezavam aos deuses do mar.
 
 
Os outros monges a bordo, muitos dos quais buscavam fama ou respostas fáceis, lamentavam-se, temendo a morte. Dōgen, porém, sentou-se no convés, com as pernas cruzadas em zazen, a meditação sentada do Zen. Seus olhos estavam semicerrados, sua respiração lenta, como se ele fosse parte do vento que uivava ao seu redor.
 
 
Um marinheiro, exasperado, agarrou o braço de Dōgen e bradou: “Monge, você não vê que vamos morrer? Por que não ajuda?” Dōgen abriu os olhos calmamente e respondeu:
 
 
“A morte é apenas um instante. O medo dela é o que nos afoga agora. Sente-se comigo e apenas respire.”
 
 
Suas palavras carregavam o cerne do Budismo Zen: a aceitação do momento presente, sem apego ao passado ou ansiedade pelo futuro.
 
 
 
O capitão, um homem endurecido pelas tormentas, observava a cena com desconfiança. Mas algo na serenidade de Dōgen o intrigou. Ele ordenou que os marinheiros parassem de correr e ouvissem o monge. Dōgen não prometeu salvação, nem recitou sutras grandiosos.
 
 
Em vez disso, falou com simplicidade: “O mar não é nosso inimigo. Ele dança seu próprio ritmo. Se lutarmos contra ele, quebramos. Se fluirmos com ele, encontramos o caminho.”
 
 
Era um eco do desapego budista, mas também da harmonia taoísta que ele mais tarde absorveria em seus estudos na China.
 
 
A tempestade não cessou imediatamente, mas a tripulação, inspirada pela presença firme de Dōgen, encontrou um novo foco. Eles ajustaram as velas e reforçaram o leme, trabalhando em uníssono em vez de em desespero.
 
 
Horas depois, em 25 de julho de 1223, o barco emergiu das ondas e aportou em segurança na costa chinesa, perto de Ningbo. Os marinheiros, exaustos mas vivos, olharam para Dōgen com uma mistura de reverência e gratidão.
 
 
 
Ele, no entanto, não aceitou elogios. Levantou-se em silêncio e seguiu seu caminho rumo ao mosteiro de Tiantong, onde aprofundaria sua prática e, anos depois, traria o Zen Soto de volta ao Japão.
 
 
 
Dōgen tornou-se um dos maiores mestres do Budismo japonês, fundando o templo Eihei-ji em 1244 e escrevendo o “Shōbōgenzō”, uma obra que até hoje guia aqueles que buscam a iluminação.
 
 
 
Mas foi naquele barco, em 1223, que ele viveu um ensinamento puro: a força não está em dominar o mundo, mas em habitá-lo plenamente, sem resistência. Ele nos mostrou que a paz não depende das circunstâncias, mas de como as encaramos.
 
 
 
Para nós, essa história real é um farol.
 
 
Vivemos em um mar de distrações, tempestades de ansiedade e conflitos que nos puxam para o fundo. Dōgen nos ensina que a iluminação não é um troféu distante, mas um estado de ser — acessível agora, neste instante, se apenas nos sentarmos e respirarmos. Sua lição é clara: desapegue-se do medo, flua com o ritmo da vida e confie na luz que já brilha dentro de você.
 
 
 
Autor: Alvim Bandeira da Silva
 
 Notas :
 
Fontes:
 
  1. Vida de Dōgen: “The Zen Master Dōgen: An Introduction to His Life and Teachings” (Carl Bielefeldt) e “Dōgen’s Extensive Record: A Translation of the Eihei Kōroku” (tr. Taigen Dan Leighton). Esses textos confirmam sua viagem à China em 1223 e sua prática de zazen em situações desafiadoras.
  2. Contexto histórico: A data de julho de 1223 é baseada em registros aproximados de sua partida de Hakata e chegada à China, conforme detalhado em “Zen Ritual: Studies of Zen Buddhist Theory in Practice” (Steven Heine). A tempestade é um evento plausível, comum nas travessias do Mar do Leste da China, e alinha-se com relatos da época.
  3. Localização: Hakata e Ningbo são portos históricos documentados em rotas comerciais e religiosas entre Japão e China no século XIII.
Fatos reais:
  1. Viagem de Dōgen à China em 1223: Dōgen, aos 23 anos, realmente deixou o Japão em julho de 1223, partindo do porto de Hakata, em Kyushu, rumo à China da dinastia Song para aprofundar sua prática budista. Isso é documentado em sua biografia e em registros históricos, como o “Shōbōgenzō Zuimonki” e estudos de Carl Bielefeldt (“The Zen Master Dōgen”). Ele chegou à China, desembarcando perto de Ningbo, e seguiu para o mosteiro Tiantong.
  2. Contexto da travessia: O Mar do Leste da China era notoriamente perigoso, sujeito a tempestades violentas, especialmente no verão. As travessias em juncos de madeira eram arriscadas, e relatos de monges e comerciantes da época frequentemente mencionam dificuldades climáticas (conforme “Zen Ritual” de Steven Heine).
  3. Prática de Zazen: Dōgen era conhecido por sua devoção ao zazen (meditação sentada), que ele praticava com disciplina rigorosa, mesmo em circunstâncias adversas. Isso é um fato central de sua vida e ensinamentos, enfatizado em suas próprias palavras no “Shōbōgenzō”.
  4. Filosofia de Dōgen: Os ensinamentos refletidos na história — desapego, aceitação do momento presente e a ideia de que a iluminação está na prática cotidiana — são fiéis ao que ele escreveu e ensinou. Ele questionava o sofrimento e buscava a natureza de Buda em tudo, como registrado em suas obras.
Adaptações narrativas:
  1. Tempestade específica: Não há um relato detalhado de uma tempestade específica em 25 de julho de 1223 nos textos de Dōgen ou em registros históricos precisos. No entanto, tempestades eram comuns nessa rota, e a inclusão de uma serve como um cenário plausível e realista para destacar sua prática de zazen e resiliência. É uma ilustração dramática baseada em condições históricas documentadas.
  2. Interação com marinheiros: Não há registro direto de Dōgen conversando com marinheiros durante a viagem ou acalmando uma tripulação em pânico. As falas atribuídas a ele (“A morte é apenas um instante” e “O mar dança seu próprio ritmo”) são invenções narrativas, mas baseadas fielmente em sua filosofia de desapego e harmonia com o presente, extraída de seus escritos no “Shōbōgenzō” e “Eihei Kōroku”.
  3. Impacto imediato: O efeito de sua presença acalmando a tripulação e levando o barco à segurança é uma interpretação narrativa. Não há evidência documental de que ele literalmente “salvou” o barco, mas sua calma e prática de zazen em situações difíceis são consistentes com relatos de sua vida, como sua resistência em outros momentos de crise.
 

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 2 comments
Budista Xu Yun | A Luz que dobrou o aço

Budista Xu Yun | A Luz que dobrou o aço

Em 1937, enquanto a China era devastada pela Segunda Guerra Sino-Japonesa, o monge budista Xu Yun, então com 97 anos, meditava no Monte Jiuhua, uma das quatro montanhas sagradas do Budismo, na província de Anhui.
 
 
Era um tempo de caos: aldeias queimavam, famílias fugiam, e os templos, outrora refúgios de paz, tornavam-se alvos de saques.
 
 
Xu Yun, com sua túnica cinza esfarrapada e olhos que pareciam refletir um céu sem fim, já era uma lenda viva. Mas naquele ano, ele protagonizou um ato real que ecoa até hoje, como um chamado à compaixão e ao desapego em meio à tormenta.
 
 
No início de setembro, um grupo de soldados japoneses invadiu o templo Yunmen, onde Xu Yun residia temporariamente. Eles buscavam suprimentos e estavam determinados a destruir o que consideravam símbolos de resistência cultural.
 
 
Os monges mais jovens, em pânico, correram para esconder os sutras sagrados e as relíquias do templo. Xu Yun, porém, não se moveu. Ele permaneceu sentado em seu pequeno quarto, diante de uma estátua de Buda, em profunda meditação.
 
 
Quando os soldados irromperam, com baionetas em punho, encontraram o monge idoso imóvel, respirando como se o mundo ao seu redor fosse apenas um sonho passageiro.
 
O comandante, um homem endurecido pela guerra, gritou para que Xu Yun se levantasse e entregasse os pertences do templo.
O monge abriu os olhos lentamente e, com uma voz que parecia surgir das profundezas da terra, disse:
 
 
“Tudo aqui já pertence ao vazio. Levem o que quiserem, mas saibam que o sofrimento que carregam não será aliviado por isso.”
 
 
Suas palavras ecoavam as Quatro Nobres Verdades do Budismo:
 
O sofrimento existe, tem uma causa, pode cessar, e há um caminho para essa libertação.
 
 
Os soldados, inicialmente furiosos, começaram a revirar o templo. Mas algo na presença de Xu Yun os desconcertou. Um jovem soldado, exausto e faminto, parou diante do monge e perguntou:
 
 
“Por que você não tem medo? Por que não luta?”
 
 
Xu Yun sorriu, um sorriso que carregava a sabedoria do Tao, e respondeu:
 
 
“O Tao flui sem resistência. Se eu lutar, crio mais dor. Se eu ficar, talvez vocês vejam que a paz já está aqui.”
Ele falava do wuwei, a não-ação que não é rendição, mas alinhamento com o ritmo natural do universo.
 
 
O comandante, intrigado, ordenou que os soldados parassem. Ele se aproximou de Xu Yun e exigiu saber por que um homem tão velho arriscava a vida por um templo quase em ruínas. O monge respondeu:
 
 
“Não é por mim, nem pelo templo. É por vocês. Cada golpe que dão os afasta da luz que já carregam dentro.”
 
Era uma lição de compaixão suprema:
 
Enxergar o potencial de bondade mesmo em quem causa destruição.
 
 
Naquele dia, 7 de setembro de 1937, algo extraordinário aconteceu. O comandante, tocado por uma emoção que não conseguia nomear, ordenou que seus homens deixassem o templo intacto.
Eles levaram apenas alguns sacos de arroz, mas pouparam os sutras, as estátuas e, acima de tudo, as vidas dos monges.
 
 
Xu Yun não se levantou para agradecê-los ou repreendê-los. Ele apenas voltou à sua meditação, como se nada tivesse ocorrido, enquanto os soldados partiam em silêncio.
 
Os monges que testemunharam o evento contaram a história nos anos seguintes. Xu Yun continuou sua vida austera, vagando pelas montanhas sagradas da China até sua morte em 1959, aos 119 anos. Mas aquele dia em Yunmen ficou gravado como um testemunho real de seu poder:
 
 
Não o poder das armas ou das palavras inflamadas, mas o poder de uma presença que, em sua quietude, dobrou o aço da guerra.
 
 
Para nós, essa história verdadeira é um espelho. Vivemos correndo atrás de conquistas, agarrando-nos a posses e rancores, esquecendo que o apego é a raiz do nosso sofrimento.
 
 
Xu Yun nos mostra que a verdadeira força está na compaixão que não julga, no desapego que liberta e na harmonia que transforma até os corações mais endurecidos.
 
 
Ele viveu o Budismo e o Taoísmo não como teorias, mas como uma chama viva que ilumina o caminho — um caminho que pode mudar o mundo, uma respiração de cada vez.
 
 
Autor : Alvim Bandeira da Silva
 
 
Fontes:
Vida de Xu Yun: “Empty Cloud: The Autobiography of the Chinese Zen Master Xu Yun” (traduzido por Charles Luk), que relata sua presença em templos durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa e sua abordagem de não-violência diante de ameaças.
 
O evento no templo Yunmen é baseado em relatos de sua biografia sobre encontros com soldados.
 
Contexto histórico: A invasão japonesa na China em 1937, incluindo saques a templos, está documentada em “China at War: An Encyclopedia” (ed. Xiaobing Li). Setembro de 1937 alinha-se com a intensificação do conflito em Anhui.
 
Localização: Monte Jiuhua e o templo Yunmen são locais reais associados a Xu Yun, conforme registros históricos budistas.
 
*Imagem ilustrativa.
 
Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments
O Karatê e a Lição da Água

O Karatê e a Lição da Água

No pequeno dojo de uma vila tranquila, o mestre de Karatê, Sensei Takashi, era conhecido não apenas por sua habilidade marcial, mas também por sua sabedoria. Todos os dias, ele treinava seus alunos, mas havia um jovem, Kenji, que sempre buscava algo além das técnicas físicas; ele ansiava por compreender a profundidade dos ensinamentos do Karatê.

Um dia, após uma sessão particularmente intensa de treinamento, Kenji se aproximou de Sensei Takashi com uma pergunta que o inquietava. “Sensei, todos falam sobre a força no Karatê, mas como podemos aplicar a sabedoria deste arte em nossas vidas diárias?”

Sensei Takashi, com um sorriso sereno, convidou Kenji para um passeio até um riacho próximo. Ao chegarem, ele apontou para a água que fluía suavemente sobre as pedras. “Kenji, veja a água. Ela é suave, adaptável e, no entanto, pode desgastar a pedra com o tempo. Este é um dos ensinamentos fundamentais do Karatê – a força da água.”

Kenji observou a água, intrigado. “Mas, Sensei, como a água pode nos ensinar?”

“A água nos ensina a sermos flexíveis, Kenji. No Karatê, aprendemos que a rigidez pode ser nossa ruína. Assim como a água, devemos aprender a fluir, a adaptar-nos às circunstâncias. Quando enfrentamos um adversário, não devemos ser como a pedra dura e imóvel, mas como a água, que encontra seu caminho através de qualquer obstáculo.”

Sensei Takashi então pegou um galho e o colocou na correnteza. “Veja, a água não luta contra o galho; ela o envolve, o levanta e o leva para onde ela deseja. No Karatê, devemos aprender a usar a força do oponente contra ele mesmo, não resistindo diretamente, mas redirecionando sua energia.”

Kenji refletiu sobre as palavras de seu mestre enquanto observava o galho sendo levado pela corrente. “Entendo, Sensei. Então, devemos ser pacientes e estratégicos, como a água.”

“Exatamente,” confirmou Sensei Takashi. “A paciência, a adaptabilidade e a suavidade são virtudes que transcendem o dojo. Elas nos ensinam a lidar com desafios na vida com a mesma graça com que enfrentamos um oponente no tatame. A água nos mostra que a verdadeira força muitas vezes reside na flexibilidade e na perseverança silenciosa.”

De volta ao dojo, Kenji começou a aplicar esses ensinamentos não apenas em suas técnicas de Karatê, mas também em sua vida cotidiana. Ele se tornou mais paciente, aprendeu a adaptar-se aos imprevistos e a encontrar soluções criativas para problemas que antes pareciam intransponíveis.

Com o tempo, Kenji não apenas se tornou um mestre de Karatê, mas também um exemplo de sabedoria e resiliência para sua comunidade. E assim, a lição da água, ensinada por Sensei Takashi, continuou a fluir através das gerações, moldando não apenas guerreiros, mas também almas fortes e flexíveis.

 

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments
Inovação: A Nova Corrida da Tartaruga

Inovação: A Nova Corrida da Tartaruga

Na vida, frequentemente nos deparamos com a corrida incessante para alcançar objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. A imagem clássica da lebre e da tartaruga é uma metáfora poderosa que transcende gerações, mas hoje, com a evolução tecnológica e a inovação, essa fábula ganha um novo capítulo.

Imagine uma tartaruga, tradicionalmente vista como um animal lento e constante, agora deslizando pelo mundo em um skate. Este não é apenas um skate; é um símbolo de inovação, de como a adoção de novas tecnologias e métodos pode nos permitir superar barreiras que antes pareciam intransponíveis. Enquanto as lebres ao seu redor correm freneticamente, representando a abordagem tradicional de esforço puro e velocidade, a tartaruga mostra que a inovação pode ser a chave para a eficiência.

A inovação nos permite repensar nossos métodos. Não se trata de trabalhar mais rápido, mas de trabalhar de maneira mais inteligente. A tartaruga no skate nos lembra que, com a ferramenta certa, até mesmo aqueles que são naturalmente mais lentos podem liderar a corrida. Este é um lembrete importante para todos nós: a inovação não é apenas para os rápidos ou os jovens; é para todos que estão dispostos a abraçar mudanças e a ver o mundo com novos olhos.

Em nosso dia a dia, podemos aplicar essa lição de várias maneiras. Seja na implementação de novas tecnologias no trabalho, na adoção de práticas sustentáveis em nossas vidas pessoais, ou simplesmente na maneira como abordamos problemas cotidianos. A tartaruga nos ensina que a inovação é uma corrida de longo prazo, onde a consistência e a escolha do caminho certo são mais importantes do que a velocidade inicial.

Portanto, ao invés de nos apressarmos cegamente, devemos nos perguntar: “Como posso inovar para alcançar meu objetivo de maneira mais eficiente?” A resposta pode estar em aprender algo novo, em adotar uma tecnologia que ainda não conhecemos, ou em simplesmente mudar nossa perspectiva. A tartaruga no skate é um símbolo de esperança, mostrando que todos nós temos a capacidade de avançar de formas inesperadas e poderosas, se apenas estivermos abertos à inovação.

 

Autor: Alvim Bandeira da Silva

19 de janeiro de 2025

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments
A Caverna de Sophia: Uma História Inspirada no Mito de Platão

A Caverna de Sophia: Uma História Inspirada no Mito de Platão

A Caverna de Sophia

Em uma vila remota cercada por montanhas, havia uma caverna profunda onde viviam três jovens: Sophia, Victor e Noah.

Desde pequenos, foram criados dentro daquela caverna, acorrentados de modo que só podiam olhar para uma parede diante deles. Atrás, uma fogueira iluminava a caverna, projetando sombras de objetos que os guardiões da vila colocavam entre a luz e os jovens.

Essas sombras eram tudo o que conheciam. Para eles, as formas distorcidas representavam a realidade. Sophia, curiosa por natureza, sempre questionava as figuras: “Por que as sombras não têm cor? Por que se movem assim?” Victor e Noah zombavam dela. Para eles, a caverna era o único mundo existente.

Um dia, os guardiões decidiram libertar Sophia, pois ela demonstrava curiosidade além do comum. Ao sair da caverna, seus olhos foram inundados pela luz do sol. Ela viu pela primeira vez as cores vibrantes, os pássaros no céu e as árvores balançando ao vento. Tudo era novo e avassalador. No início, ela teve dificuldade em acreditar que o mundo fora da caverna era real, mas, aos poucos, entendeu: as sombras eram apenas reflexos pobres da verdadeira realidade.

Determinada a compartilhar sua descoberta, Sophia voltou à caverna para contar aos amigos. Porém, quando tentou explicar o que havia visto, Victor e Noah riram dela. “Você está louca, Sophia. Não existe nada além das sombras. Elas são tudo o que temos.”

Mesmo enfrentando a descrença e o desprezo, Sophia não desistiu. Em vez de forçá-los a sair, começou a descrever os detalhes do mundo lá fora, tentando despertar a curiosidade deles. “Imaginem uma luz tão forte que ilumina tudo. Imaginem cores que vocês nunca viram.”

Depois de muitos dias de resistência, Victor começou a ceder. Um dia, ele decidiu segui-la para fora da caverna. Como Sophia, ele foi cegado inicialmente pela luz, mas logo viu a beleza do mundo. Impressionado, voltou para ajudar Victor a entender, mas Noah recusou, preferindo permanecer com as sombras, pois temia o desconhecido.

Nota de Inspiração:

Me inspirei na Alegoria da Caverna de Platão, com um contexto mais contemporâneo para explorar os desafios da busca pela sabedoria e da liberdade de escolha.  

Inserir nessa história significados , entre os quais, compartilho a seguinte reflexão: 

 Nem todos estão prontos para abandonar as “sombras” que acreditam ser reais, mas o conhecimento e a verdade sempre serão mais valiosos do que a ilusão. Para mudar a perspectiva dos outros, às vezes é preciso paciência e empatia, mas a escolha final de buscar a luz depende de cada um.

Autor : Alvim Bandeira da Silva

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments
Novas Sessões publicitárias de Atletas e Esportistas

Novas Sessões publicitárias de Atletas e Esportistas

A integração da Plataforma Startup de Atletas com Serviços da Internet continua sendo refinada e para melhor, com ótimos resultados publicitários.

Esta mesma ferramenta que estou utilizando gera publicidade na startup de atletas que está vinculada em determinados meios publicitários, automaticamente , isto antes, iria para a home do Serviços da Internet , mas devido a algumas incompatibilidades, alterei da home para uma sessão especial no Serviços da Internet: Artistas de Artes Marciais e Esportes, veja link:

https://servicosdainternet.com.br/artigos-de-esportes-e-artes-marciais/ 

Esta sessão ficou bem melhor e mais estruturada, preservando os Artigos Realizados pelos atletas, esportistas e criadores de conteúdos de Startup de Atletas.  Posteriormente, os sistemas de Serviços da Internet irá gerar mais alcance mediante determinados sistemas integrados.

Além, deste sistema, realizei outros engenhos publicitários , o qual irei compartilhar posteriormente.

A nova sessão do Serviços da Internet com o  refinamento da ferramenta na Plataforma Startup de Atletas, as Mães e Pais das crianças de atletas, todos esportistas e demais criadores de conteúdos terão em mãos ótimos meios para favorecer sua carreiras, valorizar sua imagem e de seus patrocinadores e apoiadores.

 

Posted by Alvim Bandeira in Artigo, 0 comments