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Takuan Sōhō | O monge que ensinou o espírito ao samurai

Takuan Sōhō | O monge que ensinou o espírito ao samurai

A sabedoria que moldou o aço

No Japão do século XVII, entre batalhas e o rigor do código samurai, surgiu uma figura serena, vestida não de armadura, mas de humildade e sabedoria: Takuan Sōhō (沢庵 宗彭).

Nascido em 1573, no período final das guerras civis do Japão (Sengoku Jidai), Takuan não empunhava espadas para matar, mas para iluminar. Ele foi um monge zen da escola Rinzai, pintor, poeta, calígrafo e, surpreendentemente, conselheiro de poderosos guerreiros, como o lendário espadachim Miyamoto Musashi e o terceiro shogun Tokugawa, Iemitsu Tokugawa.

Mas o que unia esse monge às artes marciais?

Takuan acreditava que a verdadeira vitória não estava em derrotar o inimigo, mas em dominar a si mesmo. Em sua obra mais conhecida, Fudōchi Shinmyōroku (不動智神妙録 – “Os Mistérios da Sabedoria Imperturbável”), ele escreve sobre o estado mental ideal para o guerreiro: a mente como a água, fluida, atenta, mas serena.

“A mente deve ser como um espelho — refletindo tudo sem se apegar a nada.” — Takuan Sōhō

A lição a Musashi e a outros espadachins

Takuan aconselhava que o verdadeiro praticante de Kenjutsu não devia se prender a pensamentos, nem mesmo à ideia de “vencer”. Para ele, o maior erro do guerreiro era deixar sua mente “grudar” na espada, no medo, ou no inimigo. Esse apego tornava o samurai vulnerável. A mente livre, ensinava ele, é aquela que pode reagir ao instante presente, sem hesitar.

Esse ensinamento ecoava a filosofia do Tao e do Zen, onde a ação pura, sem ego, sem julgamento, é a mais eficaz.

O legado silencioso

Takuan viveu até 1645, e é lembrado até hoje não só como mestre espiritual, mas como alguém que transformou a forma como os samurais pensavam — de máquinas de guerra a buscadores do autoconhecimento. Seu nome permanece vivo nos templos, nas artes marciais e até em um famoso tipo de conserva japonesa que leva seu nome: o takuan-zuke, símbolo de simplicidade e cuidado.

Em um mundo onde muitos lutam batalhas internas e externas diariamente, a lição de Takuan Sōhō continua atual:

“Não vença o outro. Vença o medo em sua própria mente.”

Seja você um praticante de artes marciais, um empresário, um estudante ou um pai de família — agir com uma mente livre, desapegada, mas atenta, é o segredo para vencer os desafios da vida com sabedoria.

Fontes e referências:

  • Takuan Soho, “The Unfettered Mind: Writings of the Zen Master to the Sword Master”, traduzido por William Scott Wilson, Kodansha International.
  • Ratti, Oscar e Adele Westbrook. “Secrets of the Samurai: The Martial Arts of Feudal Japan”. Tuttle Publishing.
  • Tokitsu, Kenji. “Miyamoto Musashi: His Life and Writings”. Weatherhill, 2004.
  • Stanford Encyclopedia of Philosophy – Zen Buddhism
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Startup de Atletas – Dia Mundial de Karate

Startup de Atletas – Dia Mundial de Karate

Em 25 de outubro de 1936, foi a data que ocorreu a reunião histórica sobre os valores do karate, no meu entender , essa reunião teve um motivo ainda maior, isto porque o Japão estava numa fase de muitas transformações de cunho Político, social e militar, o que no meu entender , iria abalar o karate, então a reunião ocorreu para proteger a essência do karate num nível mundial , rste foi o sentido da reunião o que envolveu diversos mestres:

Gichin Funakoshi (Shotokan) – Ele é muitas vezes chamado de “pai do karate moderno”. Funakoshi enfatizava o karate como um caminho espiritual e educacional, e foi ele quem ajudou a popularizar o termo Karate-Dō, que significa “Caminho das Mãos Vazias”.

Chojun Miyagi (Goju-Ryu) – Fundador do estilo Goju-Ryu, ele trouxe uma abordagem integrada que combinava força e flexibilidade, simbolizando “go” (duro) e “ju” (suave). Miyagi defendia que o karate deveria ser uma prática para o fortalecimento físico e mental.

Kenwa Mabuni (Shito-Ryu) – Conhecido por combinar elementos do Naha-te e Shuri-te, Mabuni visava preservar a rica diversidade de katas antigos, valorizando a preservação das tradições originais de Okinawa.

Choki Motobu – Conhecido por sua habilidade em combate real e treinamento pragmático, ele enfatizava a eficácia do karatê em situações de autodefesa e combate de proximaidade.

Percebemos que são Mestres de diferentes linhagens e contribuições, o que pode nos ensinar o quão significativo é o Karate-Dō. 

Os mestres reunidos estabeleceram uma base de valores que foram transmitidos de geração para geração , como : Auto Disciplina e controle , Respeito e ética, Busca pelo aperfeiçoamento pessoal , Espírito de perseverança e humildade.

Para quem restringe o karate como e tão unicamente luta, ainda não entendeu o Karate-Dō.

Os resultados da reunião de 1936 reflete positivamente nos dias atuais, até o ponto de ter o mérito de uma data comemorativa para lembrar e refletir ,

O que é o Karate-Dō? 

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