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Design & Desempenho: A Jornada do Uniforme no Vôlei Feminino

Design & Desempenho: A Jornada do Uniforme no Vôlei Feminino

1. A Moda Esportiva no Vôlei Feminino: Até 1970

1900 - Mulheres usam vestidos longos, roupas do dia-a-dia, para jogar vôlei na Inglaterra

📸 Inglaterra, por volta de 1900 — Mulheres jogam vôlei em um gramado, vestindo trajes longos típicos do cotidiano da época. O esporte, ainda recente, era praticado de forma recreativa, e os vestidos mostram como a moda feminina ainda não permitia roupas apropriadas para atividades físicas. A imagem é um raro registro do início da presença feminina nos esportes, mesmo sob limitações impostas pelos costumes vitorianos.

 

Vôlei feminino antigo

📸 1935 — Em uma competição profissional na Rússia, mulheres disputam uma partida de vôlei vestindo shorts e camisetas. A imagem revela um momento marcante da evolução do uniforme feminino no esporte, refletindo mudanças culturais que, embora lentas, acontecem de forma gradual e progressiva. 

 

Gabrielle Reece - Sexy volleyball athlete -Fitness - Florida State

📸 Gabrielle Reece (@gabbyreece) em ação pela Florida State University (@fsuvolleyball) no final dos anos 1980. Com 1,90 m de altura, Reece se destacou como uma das maiores atletas da história do programa de vôlei da universidade. Ela ainda detém os recordes de bloqueios solo (240) e totais (747) na carreira. Reconhecida nacionalmente, foi eleita a Atleta Universitária Mais Inspiradora em 1989 e integrou a lista das “Wonder Women of Sports” da Rolling Stone. Após sua carreira universitária, Reece tornou-se capitã do Team Nike no circuito profissional de vôlei de praia e também ganhou destaque como modelo, apresentadora de TV e defensora do esporte feminino. 

1935 - Mulheres usam shorts e camisetas para jogar vôlei na Rússia

📸 1935 — Em uma competição profissional na Rússia, mulheres disputam uma partida de vôlei vestindo shorts e camisetas. A imagem revela um momento marcante da evolução do uniforme feminino no esporte, refletindo mudanças culturais que, embora lentas, acontecem de forma gradual e progressiva. 

No início, os uniformes femininos de vôlei eram bastante variados e despadronizados, influenciados pelas normas culturais e locais da época. Era comum ver atletas jogando de calças, bermudas largas, saias comuns e até vestidos. Com o tempo, a combinação de saia e blusa tornou-se predominante em muitos lugares, refletindo uma tendência presente em outras modalidades femininas da época. No entanto, registros fotográficos mostram que, já entre as décadas de 1960 e 1970, os shorts, começaram a surgir de forma mais recorrente, sinalizando uma mudança gradual que consolidaria o uso do shorts justo e das camisetas como padrão nas décadas seguintes.

 

2. Anos 1980-1990: A Evolução dos Uniformes no Vôlei Feminino

Foto de 1990 do primeiro time de vôlei feminino de Millersville.

📸 Registro de 1990 do primeiro time feminino de vôlei de Millersville University (Site do clube) nos Estados Unidos, vestindo o uniforme tradicional da época: camiseta de manga e shorts cavado (ou calcinha). O conjunto reflete o padrão estético e funcional dos anos 80 e 90, marcando o início da trajetória da equipe na modalidade universitária.

Irina Vladimirovna Parkhomchuk, também conhecida como Irina_Kirillova é uma ex-jogadora de voleibol russa, naturalizada croata, que competiu pela União Soviética nos Jogos Olímpicos de 1988

📸Irina Kirillova, a lendária levantadora russa. Estimo que esta foto foi tirada entre 1992 e 1995, mostrando a ex-jogadora em ação pelo clube italiano Anthos Volley Modena, vestindo o típico uniforme da época: uma camiseta folgada e uma calcinha esportiva azul de corte cavado, bastante comum no voleibol feminino daqueles anos. Kirillova brilhou pela União Soviética nos Jogos Olímpicos de 1988 e, hoje, permanece como uma referência do esporte. 

 

Kendall Kipp - Clube: Stanford Univ.

📸 Registro da Kendall Kipp (@kendallkipp) atuando pelo Stanford University (@stanfordwvb), possivelmente durante a temporada 2022/2023. Diferente de muitos clubes internacionais, Stanford — assim como diversas equipes universitárias dos EUA, adotam o uso de camisetas de manga longa como parte do uniforme oficial.

 

Kendall Kipp - Stanford Univ.

📸 Kendall Kipp (@kendallkipp) em quadra pelo Columbus Fury (@columbusfury) equipe dos EUA — provável registro da temporada 2023/2024. Diferente do uniforme de Stanford University, nesta partida ela veste regata esportiva e manguito. Mais do que um acessório estiloso, o manguito ajuda a reter o suor que escorreria para as mãos, protege o braço de impactos com a bola e o chão, além de manter a musculatura firme e aquecida. Ao deixar ombros e bíceps livres, também proporciona ventilação e liberdade de movimento.  

 

Kendall Kipp 03

📸 Kendall Kipp (@kendallkipp) no clube italiano Azzurra Volley Firenze (@ilbisontevolleyfirenze) — provável registro da temporada 2023/2024. É comum que atletas utilizem jaquetas esportivas durante o aquecimento, momentos de relaxamento ou enquanto estão no banco de reservas, ajudando na manutenção da temperatura muscular. Para referência, após Kipp sair do Firenze ela integrou o elenco do renomado clube turco VakıfBank.

Nas décadas de 1980 e 1990, os uniformes femininos de vôlei indoor passaram por transformações significativas. Em busca de maior conforto e liberdade de movimento, as jogadoras começaram a adotar modelos mais ajustados, como camisetas e shorts curtos, feitos de materiais sintéticos que proporcionavam melhor desempenho em quadra. Esse avanço estava diretamente relacionado ao aumento da velocidade e intensidade das partidas, exigindo trajes mais funcionais e adaptados ao novo ritmo do esporte.

Ao mesmo tempo, o vôlei de praia consolidava a popularização do biquíni como uniforme, devido ao clima quente e à natureza descontraída do esporte. Esse estilo de uniforme passou a simbolizar a identidade do vôlei de praia, contrastando com os trajes do vôlei indoor, que até então eram menos reveladores.

No entanto, ao longo dos anos 80 para os anos 90, o vôlei de quadra também viu o uso de calcinhas e maiôs se tornarem cada vez mais comuns nas principais competições internacionais, como os Campeonatos Mundiais e as Olimpíadas. Atletas famosas como a russa Artamanova, a cubana Mireya Luis e a brasileira Leila já competiam com esses trajes, refletindo uma mudança na moda esportiva que priorizava a liberdade de movimentos rápidos e intensos. Esses vídeos de competições da época, que ainda hoje são muito lembrados, ajudam a ilustrar essa transição para uniformes mais ajustados.

 

3. Estética no Vôlei Feminino: Moda, Marketing e Performance

Club Bell Volley women's volleyball 01

📸Aqui vemos as atletas do clube Bell Volley (Site) da Argentina. Eu estimaria que esta foto ocorreu entre 2009 a 2011, por causa da oposta argentina Tanya Acosta (@ta.acosta) camisa 2 visível na foto, lembro que ela permaneceu estas temporadas neste clube. Apesar a calcinha cair em desuso após anos 2000, ainda muitos clubes pelo mundo usavam esta vestimenta, inclusive o clube Boca, que você pode conferir num video antigo abaixo.    

Além dos fatores de praticidade e liberdade de movimento, é importante considerar que a escolha por uniformes mais ajustados e reveladores, como calcinhas, maiôs… roupas muito curtas, no vôlei feminino também pode ter sido influenciada por estratégias de marketing. Durante as décadas de 1980 e 1990, com o aumento da visibilidade do esporte e a busca por novos patrocinadores, algumas entidades de vôlei podem ter adotado esse tipo de uniforme com o objetivo de atrair tanto os fãs do esporte quanto um público mais amplo, seduzido pela estética do corpo feminino em trajes visualmente chamativos.

Embora a principal justificativa tenha sido a necessidade de trajes mais funcionais, o marketing do esporte também pode ter desempenhado um papel importante na popularização dessa escolha, o que contribuiu para o “boom” de popularidade do vôlei feminino, especialmente em nível internacional.

4. A controvérsia e a pressão para mudanças

Evgenia Artamonova

📸Esta é Evgenia Artamonova a estrela do voleibol russo, que disputou seis edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. Sua carreira se estendeu da década de 80 até 2013. Artamonova é considerada a atacante mais completa do voleibol europeu juntamente com Lioubov Sokolova.

Seleção Cubana Vôlei Feminino

📸 Bloqueio da seleção cubana nos anos 90, tentam parar o ataque da seleção italiana durante uma partida no final dos anos 90. O maiô azul com gola vermelha é símbolo da era de ouro do vôlei cubano, tricampeão olímpico.

Mireya Luis cuba

📸 Mireya Luis (@mireyaluishernandez) a lendária estrela do vôlei cubano, durante uma partida oficial usando o icônico maiô azul da seleção de Cuba, modelo que marcou época entre o fim dos anos 80 e o início dos anos 2000.
🏐 Mireya foi uma das responsáveis pelo êxito cubano no cenário internacional, conquistando três medalhas de ouro olímpicas consecutivas. Conhecida por sua impressionante impulsão — saltando até 3,39m —, ela é considerada uma das maiores jogadoras de todos os tempos.
👕 O uniforme, em estilo maiô cavado, com corte atlético, tecidos de alta compressão e detalhes patrióticos, traduzia não só a estética da época, mas também a força e identidade da equipe cubana naquele período glorioso.  

Neste vídeo podemos assistir a seleção Brasileira x a seleção Chinesa feminina, ambas seleções usavam a calcinha ou shorts esportivo cavado, como alguns preferem chamar. 

No entanto, nos anos 80 e 90, o uso do uniforme composto por calcinha cavada e regata no vôlei feminino gerou uma série de debates acalorados. Enquanto algumas atletas e organizações questionavam o que viam como uma sexualização do esporte, outros setores defendiam o uniforme “sexy” como uma estratégia legítima para atrair público e patrocinadores. A estética do corpo feminino, frequentemente exposto, acabou sendo utilizada como uma ferramenta de marketing para ampliar a visibilidade da modalidade — especialmente entre o público masculino. Mas até que ponto essa seria, de fato, a prioridade para um esporte tão técnico e exigente?

De outro lado, parte das jogadoras relatava sentir-se pressionada a adotar uniformes que, embora garantissem liberdade de movimento, ofereciam pouca proteção. Para essas atletas, o impacto físico durante as partidas se tornava um problema, já que não contavam com o conforto ou a cobertura necessários para prevenir lesões ou situações de desconforto visual.

A crescente valorização da estética em detrimento da performance também gerou críticas entre aquelas que viam no uniforme não apenas uma peça técnica, mas um instrumento de promoção de imagem. Assim, o debate extrapolou os limites da quadra, gerando desconforto para parte das atletas e alimentando discussões fora das competições, especialmente sobre a exposição e a valorização estética no esporte.

 

5. Evolução nos uniformes: Anos 1990-2000

Carol Gattaz - Rosamaria - Pri Daroit

📸 Carol Gattaz (@carolgattaz) à direita, Rosamaria (@rosamariaoficial) à esquerda e Pri Daroit (@pridaroit5) ao fundo, em ação pelo Minas. Foto da temporada 2016/17 — Observe nas mãos de Carol sinais de lesões, algo comum no vôlei devido ao impacto constante e intenso com a bola. – Instagram da fotografa: @hericasuzuki

Rosamaria Montibeller

📸 A ponteira brasileira Rosamaria Montibeller (@rosamariaoficial) durante sua passagem pelo Minas (@mtcvolei), um dos mais prestigiados times da Superliga Feminina do Brasil. Atualmente, Rosamaria defende o clube japonês Denso Airybees (@densoairybees_official) da V.League Division 1, a elite do voleibol nipônico. 

Clube Voley Ciutat Cide 02

📸 Foto atual das atletas do clube espanhol Voley Ciutat Cide (@voleiciutatcide), um dos mais tradicionais da Espanha, fundado em 1973. A equipe adota o shorts justo cavado, peça comum entre clubes europeus e norte-americanos.

A transição para uniformes mais práticos e confortáveis começou de forma mais consistente nos anos 1990 e se consolidou ao longo dos anos 2000. As primeiras mudanças envolveram a substituição das calcinhas por shorts mais longos e camisetas mais ajustadas ao corpo. Para muitas jogadoras, essa transformação teve um impacto positivo, oferecendo maior cobertura e liberdade de movimento durante as partidas.

O novo design passou a ser mais frequente em competições internacionais, especialmente a partir de eventos como as Superligas e os Campeonatos Mundiais de Vôlei Feminino. Além de representar uma evolução funcional, essas mudanças também refletiam um movimento em direção à profissionalização da imagem do esporte.

Outro fator importante foi a inovação nos materiais utilizados na confecção dos uniformes. Tecidos tecnológicos começaram a ser adotados para melhorar o desempenho físico das atletas — com maior respirabilidade, compressão, conforto e redução de atrito em áreas de intensa movimentação. Esses avanços se mostraram cruciais, sobretudo em jogos longos e de alta exigência.

 

6. O vôlei feminino e os uniformes atuais

Gizem Orge

📸 A Turca Gizem Örge (@gizemorge), considerada uma das melhores líberos do mundo, em ação pelo Fenerbahçe (@fbvoleybol), um dos gigantes do voleibol feminino da Sultanlar Ligi, na Turquia. O uniforme moderno chama atenção pelo uso de tecnologia têxtil avançada, com camiseta e shorts justos que oferecem ajuste anatômico, liberdade de movimento e ventilação adequada — refletindo a sofisticação dos padrões profissionais de alto rendimento. 

Aleksandra Szafraniec, quando jogou pela equipe Impel Wrocław, é registrada nesta imagem usando o uniforme da temporada 2009/2010. O modelo segue os padrões da época corte cavado, tecido sintético de alta compressão e numeração frontal centralizada. A camisa número 13, acompanhada de identificadores de patrocinadores e logotipos oficiais, reflete a estética funcional dos anos 2000 no voleibol europeu.

📸A central polonesa Aleksandra Szafraniec (@tall_ola), registrada nesta foto durante sua passagem pelo Impel Wrocław (@volleywroclaw_) vestindo o uniforme clássico das temporadas 2009/2010 ou 2010/2011. Na época, o clube ainda usava o vermelho as vezes preto, como cor predominante — bem diferente do verde que domina os uniformes atuais do Wrocław. O modelo, com corte cavado e tecido sintético de alta compressão, segue os padrões marcantes dos anos 2000, com a numeração centralizada e detalhes de patrocinadores e logotipos oficiais.

Ayçin Akyol e Britt Bongaerts - Clube Galatasaray Daikin

📸 Na foto, vemos a central turca Ayçin Akyol (@aycinakyol) ao lado da levantadora holandesa Britt Bongaerts (@brittbongaerts), ambas atuando pelo Galatasaray Daikin. A presença de atletas internacionais como Britt reforça o caráter multicultural da liga, enquanto Ayçin representa a nova geração do vôlei turco, unindo força e técnica refinada. 

A atleta Romena (naturalizada turca) Alexia Căruțașu camisa 14 e a atleta Holandesa Britt Bongaerts camisa 4 do renomado clube Turco Galatasaray Daikin

📸A oposta Alexia Căruțașu (@alexiaioanacarutasu) de costas (camisa 14), ao lado da levantadora holandesa Britt Bongaerts (@brittbongaerts) camisa 4 — ambas defendendo o Galatasaray Daikin (@gsvoleybol).

Nos últimos 20 anos, o uniforme composto por camiseta e short justo se consolidou como o padrão no vôlei feminino, tanto em competições nacionais quanto internacionais. Além disso, muitas atletas passaram a adotar o uso de sutiãs esportivos de alta compressão — peças específicas desenvolvidas para oferecer suporte aos seios, reduzindo movimentos bruscos e o desconforto causado por saltos e impactos repetitivos. Esse tipo de vestuário também contribui para uma maior estabilidade do tronco durante ações como bloqueios e defesas, beneficiando especialmente jogadoras com busto mais volumoso.

Embora esse modelo de uniforme seja o mais usado em todo o mundo, alguns clubes e seleções, especialmente em países como Noruega, Estônia e Suécia… optam por uniformes que incluem calças leggings técnicas de compressão, uma peça que oferece maior cobertura, suporte muscular e conforto térmico, adaptando-se às condições climáticas locais ou preferências culturais.

Fato é que o uniforme atual proporciona muito mais flexibilidade e segurança, e as marcas esportivas passaram a investir em design que equilibre estética, funcionalidade, conforto e proteção. As cores e padrões variam conforme a identidade visual de cada equipe e as exigências dos patrocinadores, mas o foco principal permanece: garantir o bem-estar e o desempenho das atletas em quadra.

Resumindo a linha do tempo:

📸 Nesta foto vemos a Alexia Căruțașu de frente e a Líbero Turca Eylül Yatgın. Galatasaray é um dos clubes mais energico da liga turca.

📸 Na foto, vemos a oposta romena naturalizada turca Alexia Căruțașu (@alexiaioanacarutasu) ao lado da líbero turca Eylül Yatgın (@eylulakarcesme), ambas em ação pelo Galatasaray Daikin (@gsvoleybol), um dos clubes mais vibrantes e tradicionais da Sultanlar Ligi

 
  • 1960-1970: Uniformes simples, com saias e blusas. Sem padrão uniforme.
  • 1980-1990: Popularização do uniforme de calcinha e regata justa. Aumento da popularidade do esporte, especialmente com a explosão do vôlei feminino nas competições internacionais.
  • 1990-2000: Início das mudanças, com uniformes mais curtos (mas não tão reveladores) e mais práticos, como shorts justos, tops e regatas/camisetas.
  • 2000 em diante: Consolidação do uniforme de shorts e camiseta, focando no conforto e desempenho das jogadoras, sem comprometer a estética.

7. A Mini Saia (Skort) e a Expressão Visual no Vôlei Feminino

Sheila Castro, BRASIL

📸 Ícone do voleibol brasileiro, Sheilla Castro vestida com o tradicional skort esportivo — peça que mescla a aparência da saia com a estrutura funcional de um short. Sheilla, é uma das maiores opostas da história do esporte. 📷 Fonte: (Instagram) Sheila Castro 

 

Osasco x Gerdau Minas - Semifinal - Fonte: Galeria de fotos da CBV

📸 Registro da semifinal entre Osasco e Gerdau Minas pela Superliga A feminina. 🏐 Na foto, destaque para Thaísa Daher e Jenna Gray no duplo bloqueio, ambas utilizando o skort esportivo, peça que une a leveza de uma saia com a praticidade do short embutido. 📷 Fonte: Galeria de fotos da CBV 

Sofya Kuznetsova no clube Luch Moscou

📸 Aqui vemos a russa Sofya Kuznetsova brilhando com o antigo uniforme do clube Luch Moscou (@vc_luch_moscovo). Durante sua passagem pelo clube, o uso do skort (saia combinada com shorts) marcou uma fase inovadora, unindo estilo e performance em quadra, criando a identidade visual para o Luch Moscou.

Dentro da evolução dos uniformes femininos no vôlei, uma peça que chama atenção é o skort — um modelo técnico que combina a aparência de uma saia com a estrutura de shorts embutidos. Popularmente chamado de “mini saia por cima do shorts”, o skort oferece uma estética mais feminina, sem comprometer a liberdade de movimento exigida pelo esporte.

Embora não seja comum em competições internacionais organizadas pela FIVB (como Olimpíadas, Campeonatos Mundiais ou torneios CEV), seu uso é permitido pelas regras, desde que a vestimenta atenda aos padrões de uniformização, identificação visual e mobilidade. Ainda assim, o que se observa na prática é que o skort aparece majoritariamente em ligas nacionais — com destaque para clubes brasileiros como Brasília Vôlei e Gerdau Minas, além de algumas equipes italianas e russas em seus respectivos campeonatos internos.

Em alguns países como Noruega, Suécia etc... Se usam calças esportivas como uniforme. Fonte da foto: clube Sueco Engelholms Volleybollsällskap - Foto via Instagram: @lowfstopphotos 

📸 Atletas do Engelholms Volleybollsällskap (@engelholmsvolley) que competem na Elitserien — a liga de elite do voleibol feminino da Suécia. 🏐 Nesta foto as três atletas utilizam leggings técnicas de compressão, uma peça que oferece maior cobertura, suporte muscular e conforto térmico, especialmente útil em climas mais frios como o escandinavo. 📷 Foto via Instagram: @lowfstopphotos

 

Por Que Algumas Equipes Optam Pelo Skort?

Sesi Vôlei Bauru📸 Atletas do Sesi Vôlei Bauru em ação pela Superliga A.

🏐 O destaque vai para o uniforme diferenciado adotado pelo clube: todas as jogadoras utilizam skorts de modelagem mais larga, peça que combina a estética da saia com a funcionalidade do short embutido.

📷 Fonte: @sesivoleibauru

 

Para estes clubes o skort vai além do apelo estético — envolve decisões estratégicas relacionadas à imagem da equipe, à cultura local e à influência de patrocinadores. Em certos contextos, o visual mais feminino da peça pode ser visto como uma valorização da identidade das atletas, ampliando a variedade de estilos possíveis sem comprometer o desempenho.

Para algumas jogadoras, o uso da mini saia sobre o shorts representa mais conforto psicológico ou uma preferência pessoal por maior cobertura, além de contribuir com o design visual do time. Já para os clubes, pode se tratar de uma forma de se destacar visualmente dentro da liga, reforçando a identidade do projeto esportivo.

Embora não se trate de uma tendência dominante no cenário internacional, a presença do skort é um exemplo claro de como o uniforme no vôlei feminino pode evoluir, respeitando o desempenho atlético e, ao mesmo tempo, abrindo espaço para diversidade estética e cultural nas quadras.

8. Conclusão

Radomka Radom vs MKS Energa Kalisz - Bloqueio de Oliwia Nastawska

📸 Bloqueio da central polonesa Oliwia Nastawska (@oliwianastawska) durante a partida entre MKS Energa Kalisz (uniforme vermelho) e Radomka Radom (uniforme branco), válida pela Tauron Liga — a elite do voleibol feminino da Polônia. 🏐 Oliwia é uma das jovens promessas do voleibol polonês e integra o elenco principal do Energa MKS Kalisz.

Aqui vemos a turca Hande Baladın, a estrela do voleibol Turco, atuando no clube Eczacıbaşı Dynavit.

📸 Hande Baladın (@handebaladin), estrela do voleibol turco, em ação pelo Eczacıbaşı Dynavit (@eczacibasivolley). 🏐 Formada nas categorias de base do clube, Hande atua como ponteira desde 2014 e é uma das principais jogadoras da equipe e da seleção turca.

Atletas do NAVC Griffins (Sub-17) em ação durante o torneio Alberta Volleyball Premier #3, 2019.📸 Foto: RobertPhotography / via Pinterest - 🏐 Clube: NAVC Griffins – www.navc.ca | Instagram: @navcgriffins

Atletas do NAVC Griffins (Sub-17) em ação durante o torneio Alberta Volleyball Premier #3, 2019.
📸 Foto: RobertPhotography – 🏐 Clube: NAVC Griffins – www.navc.ca | Instagram: @navcgriffins 

A transformação dos uniformes no vôlei feminino ao longo das décadas vai muito além de tecidos ou cortes. Ela acompanha as mudanças na sociedade, na ciência esportiva e na própria visão das mulheres dentro do esporte de alto rendimento. O que antes era guiado por padrões estéticos e até imposições culturais, hoje cede espaço a decisões mais conscientes, que priorizam o desempenho, o conforto e a liberdade das atletas em quadra.

Seja na escolha entre camisetas, regatas, shorts justos ou skorts… cada detalhe do uniforme reflete uma nova fase do vôlei feminino — mais técnico, mais respeitoso com a trajetória das atletas, e cada vez mais aberto à diversidade de estilos e necessidades.

Ao compreender a evolução desses trajes, também enxergamos como o esporte acompanha (ou resiste) às mudanças do mundo. E, como vimos, até detalhes aparentemente simples, podem carregar histórias, simbolismos e debates que merecem ser trazidos à tona.

 

🧠 Curiosidade 1: Por que atletas de vôlei dos EUA usam camisetas de manga longa?

Stanford Women's Volleyball e Oregon Volleyball

📸 Duplo bloqueio impressionante durante o confronto entre  Stanford Cardinal (Site)e Oregon Ducks (Site)pela NCAA Women’s Volleyball. 🏐 As atletas de branco e preto representam a equipe de Stanford, enquanto as de verde compõem o time de Oregon.

 

📸 Atletas do time feminino da Sacramento State University (Hornets Site), dos Estados Unidos, durante partida válida pela NCAA — a liga universitária norte-americana. Um detalhe que chama atenção nos uniformes é o uso frequente de camisetas de manga longa, algo bastante comum nas universidades dos EUA, seja por preferência pessoal, cultural, proteção, estilo da equipe ou adaptação climática. O shorts justo, por outro lado, segue o padrão tradicional do voleibol feminino em competições internacionais.

📸 Atletas do time feminino da Sacramento State University (Hornets Site), dos Estados Unidos, durante partida válida pela NCAA — a liga universitária norte-americana. 

Nos Estados Unidos, especialmente na NCAA (liga universitária), é muito comum ver atletas de vôlei feminino usando camisetas de manga longa e mais folgadas, algo raro em outras partes do mundo. Isso se deve a uma combinação de fatores:

🏀 Influência do basquete:
O estilo esportivo americano valoriza camiseta mais larga e solta, comum também no basquete universitário. Essa estética se espalhou pelo vôlei.


❄️ Clima e conforto térmico:
Ginásios frios em épocas de outono e inverno tornam as mangas longas uma escolha prática para manter o corpo aquecido.


🩹 Proteção na defesa:
Mangas compridas ajudam a evitar queimaduras e arranhões em manchetes e defesas no chão.


🧍‍♀️ Preferência pessoal:
Além de ser quase cultural na liga universitária, muitas atletas se sentem mais confortáveis e confiantes com peças mais soltas na parte superior, enquanto mantêm o short justo para mobilidade (as vezes usam calça esportiva).


🌍 Já no cenário internacional, os uniformes tendem a ser mais justos, curtos e aerodinâmicos — alinhados ao estilo técnico e visual do voleibol profissional.

Na foto vemos Rina Hiratani quando jogava pelo clube japonês Kurobe Aqua Faireis (@kurobeaquafairies)Apesar da sua equipe geralmente usar shorts justo, não é tão comum  nos clubes orientais, quase sempre clubes do Leste Asiático, como Coreia, China — e algumas equipes do Sudeste Asiático, como nas Filipinas e Indonésia... optam por shorts mais folgados, as vezes até lembrando shorts de futebol.

📸 Na foto vemos Rina Hiratani quando jogava pelo clube japonês Kurobe Aqua Faireis (@kurobeaquafairies)Apesar da sua equipe geralmente usar shorts justo, não é tão comum  nos clubes orientais, quase sempre clubes do Leste Asiático, como Coreia, China — e algumas equipes do Sudeste Asiático, como nas Filipinas e Indonésia… optam por shorts mais folgados, as vezes até lembrando shorts de futebol.

 

🧠 Curiosidade 2: O que é esta vestimenta que cobre toda a perna da atleta?

Nesta foto vemos a atleta norte americana Kate Lang (@kate.lang) que atua como levantadora no Clube Havaii (EUA) (@hawaiiwvb). Você já se perguntou que vestimenta é esta em uma de suas pernas que cobre a perna em sua totalidade? veja logo abaixo.

📸 Atleta Kate Lang (@kate.lang), levantadora do clube Havaí (@hawaiiwvb).

Nesta foto, vemos a atleta norte-americana Kate Lang (@kate.lang), capitã e levantadora do time da Universidade do Havaí (@hawaiiwvb). Já reparou nessa peça preta que cobre toda a perna dela? Muita gente tem essa dúvida: afinal, o que é essa vestimenta esportiva usada por várias jogadoras? Descubra logo abaixo.

📸 Nas duas fotos acima, vemos a atleta norte-americana Kate Lang (@kate.lang), capitã e levantadora do time da Universidade do Havaí (@hawaiiwvb). Já reparou nessa peça preta que cobre toda a perna dela? Muita gente tem essa dúvida: afinal, o que é essa vestimenta esportiva usada por várias jogadoras? Descubra logo abaixo.

Você já reparou que algumas jogadoras usam uma espécie de “manga” cobrindo apenas uma das pernas? Podemos ver esta vestimenta na foto acima da levantadora norte-americana Kate Lang, essa peça chama atenção — e tem função técnica!

🧦 Manga de compressão ou meia de compressão:
Esse acessório é muito usado por atletas para melhorar a circulação sanguínea, reduzir a fadiga muscular e ajudar na recuperação física durante e após os jogos.


🦵 Uso em apenas uma perna:
É comum que a peça seja usada em apenas um dos lados. Isso pode estar relacionado a desequilíbrios musculares, lesões antigas ou simplesmente conforto individual. A compressão localizada oferece mais suporte onde a atleta sente necessidade.


🏐 Estabilidade e confiança:
Em esportes de alta intensidade como o vôlei, onde saltos e deslocamentos são constantes, a compressão funciona quase como um reforço invisível. Para muitas atletas, traz sensação de segurança e leve alívio.


👀 Pequeno detalhe, grande impacto:
Embora discreto, esse acessório pode fazer diferença no desempenho e na confiança da jogadora — e por isso tem ganhado espaço dentro das quadras!

 

Sobre o autor:

Apaixonado por vôlei feminino desde os anos 90, acompanho a evolução do esporte dentro e fora das quadras. Este artigo é fruto de anos de observação, pesquisa e respeito por cada atleta e clube que faz parte dessa trajetória. Acredito que conhecer a história dos uniformes é também valorizar a luta, o talento e a identidade de quem veste essas cores.

Se quiser trocar ideias, sugerir temas ou apenas compartilhar sua visão sobre o esporte, será um prazer conversar!

Artigo: Renato Silva

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